Um desafio para a política externa timorense
Timor está de novo numa posição delicada em relação as opções da sua politica externa. Trata-se da construção de gasoduto em que o lado timorense quer que seja ligado para a zona sul do país enquanto no lado australiano juntamente com as empresas petrolíferas preferem uma ligação para Darwin, capital da Austrália do Norte.
Se o gasoduto for ligado para Timor Leste terá muitas vantagens sócio-economicas porque irá permitir o país industrializar, principalmente, a sua zona sul, atrair maior investimento, criar mais postos de trabalho para diminuir a pressão do grande numero de desempregados que existe e até controlar melhor o fluxo da exploração do gás. Certamente uma vantagem que levará Timor a fazer um salto importante em frente em termos do seu desenvolvimento. O lado Australiano quer fazer o mesmo para o seu território do norte que está ainda atrasado em comparação com outras partes do país como Sidney, Melbourne e (ou) Brisbane.
A empresa petrolífera australiana Woodside Petroleum, que possui 33% de acções no projecto de gasoduto, no final do mês passado colocou de lado a possibilidade de ligar o gasoduto para Timor-leste que segundo ela comporta um custo mais elevado e um risco maior. Em troca disso, pondera uma ligação para a Austrália ou criar uma plataforma flutuante no alto mar para fazer refinação. Uma decisão que apanhou o Secretário de Estado de Recursos Naturais Timorenses de surpresa, pois sempre estava com a ideia de que o gasoduto vinha para o solo timorense.
Perante tais cenários resta três opções possíveis para Timor-Leste. A primeira é a mais extrema que é insistir na ligação para Timor; a segunda, seria adiar ou bloquear o processo para um tempo indeterminado; e a terceira é aceitar a vontade de Woodside Petroleum de construir a ligação para Darwin ou criar uma plataforma flutuante no alto mar. Diante destas opções é que os estrategas da politica externa timorense devem decidir, qual é a opção mais racional que por um lado proteger os nossos interesses e por outro evitar ao máximo possível os danos colaterais que provêm de cada decisão. É necessário lembrar que no cenário internacional as razões e as regras internacionais também se contam, mas o que pesa mais é o poder relativo que cada potência possui no sistema, e tudo isso deve ser considerado nas decisões que se toma. Voltamos para cima, a primeira e a segunda opção poderiam provocar uma retaliação por parte da Austrália e a mais temível seria incitar nova onda de violência e instabilidade num país pós-conflito e frágil como o nosso. Este pode por em causa todo o nosso plano de desenvolvimento. Alem disso, há razões técnicas e infra-estruturais que não estão a jogar ao nosso favor, pois nesta altura do campeonato ainda não temos o know-how necessário e condições infra-estruturais adequadas para um projecto daquela envergadura. A terceira opção seria muito vantajosa para a Austrália e menos para nós do ponto de vista económico, o que significa ligar o gasoduto para Darwin a qual lhe concederia todas as vantagens como está acima explicado. Nesta última opção, Timor ficaria com os lucros em concordância com o acordo sobre a partilha de Gás de Greater Sunrise.
O que se sucede na prática neste momento é que, embora Dili sempre quisesse que o gasoduto fosse para o seu território, os últimos desenvolvimentos deste processo indicaram para uma posição mais flexível do lado timorense. Na entrevista que Xanana Gusmão deu na sua última visita a Austrália para DowJones Newswires que foi publicado no site de CNNMoney.com, o Primeiro Ministro timorense disse que concordou com os responsáveis da empresa petrolífera australiana, Woodside Petroleum, para “estudar a viabilidade técnica e comercial das opções disponíveis” e adiantou ainda que Timor “pode aceitar qualquer decisão”. São declarações que com certeza não surgiram a partir do nada mas antes de mais partiram de análise cuidadosa das vantagens e riscos do problema que se coloca.
Timor está de novo numa posição delicada em relação as opções da sua politica externa. Trata-se da construção de gasoduto em que o lado timorense quer que seja ligado para a zona sul do país enquanto no lado australiano juntamente com as empresas petrolíferas preferem uma ligação para Darwin, capital da Austrália do Norte.
Se o gasoduto for ligado para Timor Leste terá muitas vantagens sócio-economicas porque irá permitir o país industrializar, principalmente, a sua zona sul, atrair maior investimento, criar mais postos de trabalho para diminuir a pressão do grande numero de desempregados que existe e até controlar melhor o fluxo da exploração do gás. Certamente uma vantagem que levará Timor a fazer um salto importante em frente em termos do seu desenvolvimento. O lado Australiano quer fazer o mesmo para o seu território do norte que está ainda atrasado em comparação com outras partes do país como Sidney, Melbourne e (ou) Brisbane.
A empresa petrolífera australiana Woodside Petroleum, que possui 33% de acções no projecto de gasoduto, no final do mês passado colocou de lado a possibilidade de ligar o gasoduto para Timor-leste que segundo ela comporta um custo mais elevado e um risco maior. Em troca disso, pondera uma ligação para a Austrália ou criar uma plataforma flutuante no alto mar para fazer refinação. Uma decisão que apanhou o Secretário de Estado de Recursos Naturais Timorenses de surpresa, pois sempre estava com a ideia de que o gasoduto vinha para o solo timorense.
Perante tais cenários resta três opções possíveis para Timor-Leste. A primeira é a mais extrema que é insistir na ligação para Timor; a segunda, seria adiar ou bloquear o processo para um tempo indeterminado; e a terceira é aceitar a vontade de Woodside Petroleum de construir a ligação para Darwin ou criar uma plataforma flutuante no alto mar. Diante destas opções é que os estrategas da politica externa timorense devem decidir, qual é a opção mais racional que por um lado proteger os nossos interesses e por outro evitar ao máximo possível os danos colaterais que provêm de cada decisão. É necessário lembrar que no cenário internacional as razões e as regras internacionais também se contam, mas o que pesa mais é o poder relativo que cada potência possui no sistema, e tudo isso deve ser considerado nas decisões que se toma. Voltamos para cima, a primeira e a segunda opção poderiam provocar uma retaliação por parte da Austrália e a mais temível seria incitar nova onda de violência e instabilidade num país pós-conflito e frágil como o nosso. Este pode por em causa todo o nosso plano de desenvolvimento. Alem disso, há razões técnicas e infra-estruturais que não estão a jogar ao nosso favor, pois nesta altura do campeonato ainda não temos o know-how necessário e condições infra-estruturais adequadas para um projecto daquela envergadura. A terceira opção seria muito vantajosa para a Austrália e menos para nós do ponto de vista económico, o que significa ligar o gasoduto para Darwin a qual lhe concederia todas as vantagens como está acima explicado. Nesta última opção, Timor ficaria com os lucros em concordância com o acordo sobre a partilha de Gás de Greater Sunrise.
O que se sucede na prática neste momento é que, embora Dili sempre quisesse que o gasoduto fosse para o seu território, os últimos desenvolvimentos deste processo indicaram para uma posição mais flexível do lado timorense. Na entrevista que Xanana Gusmão deu na sua última visita a Austrália para DowJones Newswires que foi publicado no site de CNNMoney.com, o Primeiro Ministro timorense disse que concordou com os responsáveis da empresa petrolífera australiana, Woodside Petroleum, para “estudar a viabilidade técnica e comercial das opções disponíveis” e adiantou ainda que Timor “pode aceitar qualquer decisão”. São declarações que com certeza não surgiram a partir do nada mas antes de mais partiram de análise cuidadosa das vantagens e riscos do problema que se coloca.
Por Olivio Deus